Capitulo I : Alice Montesquieu.
Alice Montesquieu dormia, ela teria de acordar as oito para ir ao colégio, já passava de oito e meia, Sophia, o gato malhado de Alice lambia o seu rosto para o caso de tentar acorda lá, seu pai chega em casa do trabalho, e vai para o quarto de Alice, onde ele dorme até Alice voltar do colégio, ele abre a porta.
-Alice? Você não tem aula hoje?
- me deixa dormir mais um pouquinho... – Dizia ela babando no travesseiro.
-menina, acorda você tem aula e já são oito e trinta e sete, vá se arrumar!
Alice levanta da cama correndo e vai para a cozinha, olha no relógio e se desespera. Sem saber o que fazer primeiro enche a pia de água, e enfia o seu rosto, vai direto para o seu quarto e pega sua mochila. Enquanto Alice fazia o café escovava os dentes o mais rápido que conseguisse.
Pega sua bike, e vai toda desengonçada para o colégio, Alice vira Rua Persson e por muito pouco não bate no poste.
- droga! Se continuar assim não irei chegar nunca!
Alice chega ao colégio, guarda a bike enrola e corrente, e sai correndo para Laura, a monitora não a ver passar pelo corredor, abre a porta de sua sala, olha para ver se o professor Edson de geografia não a visse, senta em sua carteira, e começa a descansar, tirando o seu caderno da bolsa.
-o que aconteceu?- pergunta Arthur seu melhor amigo.
-nada de mais, apenas acordei um pouco mais tarde, aposto que quando chegar em casa meu pai vai me matar, e então o professor já fez a chamada?
- não ele começou a escrever no quadro agora, estava conversando com uma mulher sobre você.
- eu?
- bom, ele dizia seu nome muitas vezes.
- droga! Mas com quem ele tava conversando?
-uma mulher, eu não vi direito, mas acho que era a Laura.
-não! Droga, e agora? Acho que ela avisou ao professor que eu ainda não havia chegado.
-tem certeza?
-eu espero que não.
O professor houve a conversa, e olha para Alice e Arthur.
- algum problema com vocês dois?
-não professor! Diz Alice assustada
- Alice, que estranho não te vi entrar.
- bom, pois saiba que eu estava aqui o tempo todo.
- Alice, Laura veio aqui e te chamou para ir à diretoria, você não estava na sala?
- ah sim, já vou indo.
E Alice sai correndo para a diretoria, com esperança de que nada de ruim aconteça, passa pelos garotos da oitava serie que estavam jogando tênis de mesa, sobe a escada e passa pela sala da mecanografia, da uma olhada, e continua correndo, olha para trás garantindo-se que Laura não estava a seguindo, ao olhar para frente depara-se com Laura.
- você quer falar comigo?- perguntou Alice assustada.
- é com você mesmo moçinha.
- o que eu fiz?
- vamos conversar na minha sala.
Alice estava tremendo, temia ela ser expulsa do colégio, por das outras vezes já fora ameaçada. Sentou-se em uma das cadeiras que lá havia.
- menina, pensa que pode chegar atrasada mais de sete vezes?
- desculpa professora, mas Sophia arranhou meu despertador, fazendo com o que não funcione.
- outra desculpa esfarrapada? Alice me desculpa, mas vamos ter que ligar para seus pais. Ou você me explique o que aconteceu de verdade.
-a questão, é que quando minha mãe morreu, meu pai me trata diferente, e tenho medo de tudo que ele faz.
- continue.
- depois disso eu não tenho mais atenção, fico acordada até altas horas, e durmo tarde, o que faz com que eu não acorde no horário.
- irei te dar apenas uma advertência. Quero assinada pelo seu pai, e me traga amanha, se por acaso chegar atrasada, será expulsa do colégio.
- tudo bem, eu chegarei no horário.
Alice volta para sua sala, olhando para seus pés, cabeça abaixada, e mãos suadas, segurando a advertência, com uma vergonha impressionante.
Entra na sala de aula, senta em sua carteira, e fica de cabeça abaixada, não escreve, não fala, e nem escuta nada que ninguém diga.
Percebendo nisso, Arthur escreve em uma folha de seu caderno.
- Alice o que houve?
Alice responde no verso da folha.
- nada, eu apenas não posso mais me atrasar, alem de meu pai ter que assinar uma advertência.
-ruim?
- muito ruim. Estou com medo do que ele é capaz de fazer, eu não queria nem voltar para a casa.
A aula acaba, Alice fica quieta no caminho de casa, anda muito devagar com sua bike, o que preocupa Arthur.
- Alice, você está bem?
-estou bem não se preocupe, não vou mostrar a advertência para meu pai.
- você vai ser expulsa!
-não vou não.
-como não?
- eu não voltarei mais para lá.
- espera um pouquinho, o que você disse?- diz Arthur assustado e desentendido.
- Arthur...
- ã?